2ª etapa da Expedição Rio Meia Ponte, promovida pela Câmara Municipal de Goiânia, Chegou ao fim na tarde de sexta-feira, 22. O projeto é de autoria da vereadora Kátia Maria e tem por objetivo realizar diagnóstico completo da situação do rio na capital
Nessa edição, a expedição contou também com ações de limpeza do rio, realizada em parceria com a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e com grupo de voluntários. Em quatro dias de trabalhos, as 150 pessoas (sendo 30 servidores da companhia) retiraram mais de 92 toneladas de lixo das margens e do leito do Meia Ponte. Ao todo, foram 437 pneus encontrados e recolhidos, muitos deles depositados embaixo da ponte na Avenida Meia Ponte, no Setor Santa Genoveva. Foram instaladas também três ecobarreiras, estruturas flutuantes que, ao serem instaladas transversalmente em rios, bloqueiam escoamento de resíduos flutuantes como plásticos e isopor.
“Nessa etapa incrementamos um pouco mais e contamos com mais essa ação para melhorar a qualidade do Rio Meia Ponte”, explicou Kátia. “Além de todo o trabalho científico, feito pelos pesquisadores da UFG, do IFG e da Saneago, e das ações de educação ambiental, percorremos o rio coletando lixo e tivemos uma adesão muito boa da própria população”.
As atividades de educação ambiental foram realizadas em nove escolas de bairros que margeiam o rio e também em dois pontos fixos, na Vila Roriz e na Vila Monticelli. Mais de 800 pessoas, entre estudantes e moradores das regiões, passaram pelas estações fixas. “Lá eles tiveram palestras, puderam coletar água e analisar em microscópios, percorrer pontos de degradação e outras ações para entender melhor como preservar e cuidar do rio”, ressaltou a vereadora.
Nas estações, foram distribuídos 250 jogos educativos para crianças e mais de mil mudas de plantas nativas.
Análises
A Expedição Rio Meia Ponte teve sua primeira etapa realizada em março. Durante seis dias, cerca de 30 pesquisadores da UFG e do IFG desceram de barco os 40 km do rio, no município de Goiânia, identificando pontos de degradação, assoreamento, poluição, descarte irregular de lixo e de esgoto, ocupação e desmatamento indevido das margens. Os pesquisadores também recolheram amostras da água, do solo, da fauna e da flora para identificar, em laboratório, as condições do rio. Paralelamente a isso, equipes também percorreram as margens do rio e bairros cortados por ele, realizando ações de conscientização e de educação ambiental. Todo o material observado e recolhido deu origem à Carta das Águas do Meia Ponte, o maior e mais completo estudo já realizado sobre o manancial.
A Expedição Rio Meia Ponte é científica e não tem caráter fiscalizatório ou punitivo, mas todas as irregularidades observadas e incluídas na Carta das Águas foram reportadas aos órgãos competentes. Na 1ª etapa, por exemplo, foram identificados 31 pontos de assoreamento, dois aterramentos, nove erosões lineares, quatro erosões fluviais, um rompimento de manilha e duas “atividades impactantes não coincidentes com usos urbanos (pivôs de irrigação e mineradora)”.
A 2ª etapa da expedição busca agora avaliar a situação do rio na época de seca. Além de identificar novos pontos de crimes ambientais, pretende-se comparar condições do rio em momentos de chuva e de estiagem.
A Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte é a principal fornecedora de água para a Região Metropolitana de Goiânia, sendo responsável pelo abastecimento de 50% da população. Como todo rio que corta grandes centros urbanos, o Meia Ponte sofre com ações do ser humano, muito além da poluição. Um dos mais importantes rios de Goiás, o Meia Ponte nasce na Serra do Brandão, em Itauçu, e passa por 39 municípios ao longo dos quase 500 quilômetros até sua foz no Rio Paranaíba, em Cachoeira Dourada.
“Salvar o Meia Ponte é, portanto, salvar nossa própria existência”, destacou Kátia. “Ele abastece nossas casas com água e precisamos salvar e envolver a população nessa busca pela recuperação e pela preservação do rio. Temos todos de abraçar o Meia Ponte”, concluiu.
0 Comentários