Artigo de cinco acadêmicos de Medicina da Unievangélica, publicado na prestigiada Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, trata dos impactos do uso da internet na saúde dos adolescentes, demonstrando a vulnerabilidade que eles estão sujeitos com a compulsão por aparelhos conectados à rede mundial de computadores
Os dados que embasaram a conclusão foram colhidos pelos autores em uma ação educativa em um colégio particular de Anápolis, com aplicação de questionário a 52 estudantes com idade entre 12 e 16 anos. O artigo foi proposto no módulo de Medicina de Família e Comunidade do curso.
Alguns resultados deixam claro o avanço da internet na vida dos adolescentes: 53,8% disseram não conseguirem ficar sem jogar online ou sem acessar a internet. Já 54,7% afirmaram que já deixaram de brincar, sair ou estudar para ficar conectado.
Uma resposta em específico demonstra a necessidade cada vez maior de se manter online: 71,2% confirmaram que já pediram a senha da rede wi-fi assim que chegaram a um lugar. Já 44,2% revelaram que já sentiram vontade de não irem a um lugar, ou não foram, porque não tinha internet.
O resultado de uma pergunta do questionário também denuncia o efeito do uso excessivo das telas na vida dos adolescentes: 80,8% disseram que já se sentiram cansados em horários em que não era para dormir.
O artigo conclui que o uso compulsivo da internet causa alterações de humor, prejuízos no desenvolvimento cognitivo e socioemocional, sedentarismo, sintomas depressivos e problemas oftalmológicos.
Os autores dizem ainda que a “intoxicação digital acontece em consequência da falta de convívio social entre crianças e adolescentes de diferentes idades, uma vez que quanto mais as crianças se tornam viciadas em smartphones, menor a probabilidade de elas interagirem socialmente”.
“Consequentemente, problemas na convivência familiar, no aprendizado e no desempenho escolar surgem. Assim sendo, os grupos sociais, o relacionamento e suporte interpares são fatores protetores contra o vício em internet e, consequentemente, evitam os efeitos nocivos do uso não seguro dessa ferramenta”, afirmam.
Os autores destacam ainda que os profissionais de saúde podem contribuir com a promoção da saúde na era digital, identificando de maneira precoce o uso em excesso da internet, intervindo para evitar o adoecimento de crianças e adolescentes, interferindo no ciclo de sofrimento físico e psicossocial dessa parcela da população.
O estudo, intitulado “Explorando os Impactos do Uso da Internet na Saúde dos Adolescentes: Relato de Experiência”, foi escrito por Ridania Vieira Tavares, José Mateus dos Santos Neto, Aline Otoni Mesquita, Isadora Borges Magalhães e Daiana Marina Andrade.
A pesquisa foi liderada pela biomédica e professora do Curso de Medicina da Unievangélica Constanza Thaise Xavier Silva, doutora em Ciência da Saúde. “Acreditamos que é fundamental compreender os efeitos do uso da internet na vida dos adolescentes e fornecer orientações práticas para promover um equilíbrio saudável entre o mundo digital e a vida real", ressaltou a docente.
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